9/16/2006

Seek revenge


Uma estranha forma de fazer publicidade. Hesitei em colocar a imagem aqui, até porque não se vê nenhum peixe. Mas tem elementos interessantes, desde o jogo com o mito dos tubarões devoradores de pessoas (ia escrever "homens"...) até ao nome do restaurante, passando pela idéia de nos podermos vingar da maldade de um animal.

9/11/2006

A união faz a força

Um desenho pleno de simbolismo, de Ken Sprague.



O interessante é que eu já vi uma cena exactamente igual a estas, num mergulho junto ao Castelete, nas Lajes do Pico. De repente vimo-nos rodeados de um enorme cardume de chicharros, que escureceram o sol. A razão para esta bola de peixe ter procurado refúgio na nossa presença? Um grupo de bicudas, que os rodeavam ameaçadoramente.

Ora já toda a gente viu o efeito de reacção de um cardume quando é atacado por um predador: os animais aproximam-se e começam a nadar em círculos, formando uma bola. Se os predadores investem, o cardume abre um espaço, os animais movendo-se como moléculas num líquido, a coordenação dos movimentos sincronizada pelas vibrações dos animais em redor. Para quem não viu, Charles Mahwell tem as imagens perfeitas.

O que não vi ainda documentado em lado nenhum foi o inverso: "dedos" de peixes sairem do cardume em direcção às bicudas, que recuavam. Sim, leram bem: da bola de peixes pequenos e amedrontados saía um prolongamento que se dirigia ameaçadoramente em direcção de um dos predadores, quando eles se aproximavam. Era um movimento rápido, os pequenos animais diluindo-se logo a seguir na multidão.

Mas eu fiquei a pensar, desde esse dia: na frente desse prolongamento ia um único animal. Os outros até possivelmente seguiam o instinto de cardume. Mas não o da frente, que avançava claramente para o que podia ser a morte certa. Seria um peixe qualquer? Ou seria que afinal, num cardume de peixes todos iguais, há peixes mais iguais que outros?

9/10/2006

O poder das palavras


Diz-se que uma imagem vale mais de mil palavras. Isso é verdade neste caso, mas a imagem só faz sentido (ou só se percebe o sentido que se quer dar à imagem) em função de uma palavra, que tem que ser nela integrada. Não será isto sempre assim? As imagens dizem muito mas, para haver transmissão de sentido, têm que vir acompanhadas de palavras. Senão ficamos no relativismo expresso por António Gedeão:

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.

Alice na cidade das maravilhas








Com argumento e desenhos de Luís Louro (v. entradas sobre o autor na ASA e na Lambiek), este álbum de 1995 tinha que figurar na minha colecção, uma vez que a fauna e um outro fetiche meu criam sinergias... interessantes.

A protagonista sonha que voa numa Lisboa debaixo de água nas costas de uma gaivota, no meio de cardumes de peixes que passam por baixo do arco da Rua Augusta, de uma baleia que sobrevoa o Rossio e de uma jamanta que atravessa a Praça do Comércio. Uma idéia que surpreende e que compensa alguma pobreza do bem-intencionado argumento.

O álbum pode ser adquirido online no site da ASA.