6/23/2005

Como peixe na água




Os peixes e os livros são duas das minhas paixões. E encontrar imagens que juntem as duas coisas não é fácil. Tinham-me oferecido o marcador da esquerda há alguns anos e tem sido o companheiro fiel de muitas noites. E ontem, juntamente com o último/primeiro livro do Heinlein chegou o espectacular marcador da direita. A emoção é demasiada!...

6/07/2005

Os peixes na arte paleolítica


Lortet, Pierre Citerne
Não sei como dei com a referência da tese de Pierre Citerne, "Les poissons dans l'art paleolithique. Un theme figuratif au coeur de l'iconographie Magdalenienne" (2003). Mas não resisti a pedir uma cópia, e o autor foi suficientemente simpático para ma oferecer.

Já conhecia, claro, a iconografia do período, mas sempre a associei a animais terrestres. Acho fascinante encontrar representações de peixes com mais de 10.000 anos de idade, de um período em que grupos de pessoas, que ainda não dominavam a utilização de metais, (re?)colonizavam a Europa após o final da última glaciação. A grande abundância de desenhos, nas paredes e nos objectos de uso corrente, permite-me imaginar que não seria difícil encontrar alimento e que as pessoas tinham tempo para dedicar a actividades criativas. Que inveja...

Citerne consegue identificar várias espécies de peixes, apesar de quase metade dos pictogramas ter uma intenção mais decorativa que naturalista. Os salmonídeos eram os animais mais representados (80%), mas também se encontram pleuronectiformes, lúcios, esturjões, enguias e ciprinídeos. Curiosamente, são quase todos de água doce- os peixes de água salgada encontram-se sobretudo na arte parietal. Seria interessante saber se a ênfase nos salmonídeos teria correspondência com a importância destes peixes na alimentação, mas o autor faz um abordagem cautelosa deste assunto.

A terminar, deixo aqui também a imagem da única representação de um peixe obtida por piquetagem conhecida para o Paleolítico europeu e proveniente de... Foz Côa.

Figura de peixe de Foz Côa