12/28/2006

Horóscopos: body painting


Aviso já: ao contrário de Kary Mullis (que aliás acho um indivíduo interessantíssimo) não acredito em astrologia. Mas sendo Pisces um signo do Zodíaco, e enquanto pesquiso a respectiva astronomia, aqui fica uma ilustração original (com gralha e tudo), de uma série publicada no Astrology Weekly.

12/07/2006

Joseph R. Tomelleri

Imagens de peixes de água doce dos Estados Unidos da América, de um realismo assustador.

1738...

...é o número de posters disponíveis na categoria peixes de AllPosters.com.

Quem vê caras...



... enviado por e-mail. Fonte desconhecida.

12/04/2006

Sereias: Rafal Olbinski

A arte de Rafal Olbinski pode ser vista nas galerias Patinae e Ten Dreams.





Sereias: Colette Calascione

Os lindos trabalhos de Colette Calascione, onde os motivos humanos e de natureza se misturam, num ambiente de sensualidade e humor.


Swimmer (1998)
Óleo sobre madeira



Lorelei (2001)
Óleo sobre madeira



Lost at sea (2000)
Óleo sobre madeira

11/26/2006

Calendário para 2007


A firma de artigos de pesca Zebco produziu um calendário para 2007 muito interessante. Não o consigo encontrar no site deles, mas houve um simpático que o colocou online.

Só com peixes de água doce, lá estão muitas das espécies que aprendi a conhecer com o meu trabalho nas lagoas. Há sandres na capa e em Março, Junho, Agosto e Outubro, trutas (talvez a arco-íris?) em Janeiro e Fevereiro e carpas em Setembro (acima) e em Dezembro. Em Julho puseram os peixes tão longe e com coisas à frente que não se consegue perceber de que espécie se trata. Arriscaria trutas, mas não é fácil...

Tenho problemas mesmo é em identificar as espécies de Abril, Maio e Novembro. Alguma ajuda?

11/14/2006

Nikolay Fomin


Russian sauna bathing

De uma série de desenhos inspirados em contos de fadas. Identifica-se perfeitamente um lúcio e uma perca. Não consigo identificar o terceiro peixe.

11/07/2006

Peixeiradas


Procurei humor e peixes no Google. Saiu isto, isto, isto, isto, isto e isto.

10/14/2006

Burbujas de amor

A Ictiologia também chegou à música. Juan Luis Guerra quer ser um peixe. Tudo bem, mas o texto tem algumas falhas de lógica.


O peixe está dentro de um aquário (pecera) a fazer bolhas, e passa a noite acordado, com um coração enlouquecido (cordura = sanidade mental) e a fazer silhuetas de amor ao luar. Até aqui tudo bem, tirando o facto de que os peixes não têm nariz e NÃO FAZEM BOLHAS! Mas deixo esse estereótipo para outra entrada. Como é que, dentro do aquário, pode bordar de corais ou de cayenas (hibiscos) a cintura dela? E o "mojado em ti" tem algum outro significado, para além do óbvio?









Burbujas De Amor- Juan Luis Guerra

Tengo un corazón
Mutilado de esperanza y de razón
Tengo un corazón que madruga donde quiera
¡ay ay ay ay ay!
Este corazón
se desnuda de impaciencia
Ante tu voz,
Pobre corazón
Que no atrapa su cordura

Quisiera ser un pez
Para tocar mi nariz en tu pecera
Y hacer burbujas de amor por dondequiera, ohhhh
Pasar la noche en vela
Mojado en ti

Un pez
Para bordar de corales tu cintura
Y hacer siluetas de amor bajo la luna, ohhhh
Saciar esta locura
Mojado en ti

Canta corazón
con un ancla imprescindible de ilusión
Sueña corazón
No te nubles de amargura, ay ay ay ay ay

Y este corazón
Se desnuda de impaciencia
Ante tu voz,
Pobre corazón
Que no atrapa su cordura

Quisiera ser un pez
Para tocar mi nariz en tu pecera
Y hacer burbujas de amor por dondequiera, oohh
Pasar la noche en vela
Mojado en ti

Un pez
para bordar de corales tu cintura
Y hacer siluetas de amor bajo la luna, oooohh
saciar esta locura
mojado en ti

Una noche
Para hundirnos hasta el fin
Cara a cara
Beso a beso
Y vivir
Por siempre
Mojado en ti

Quisiera ser un pez
para tocar mi nariz en tu pecera
y hacer burbujas de amor por dondequiera, ohhh
pasar la noche en vela
mojado en ti

Un pez
para bordar de cayenas tu cintura
y hacer siluetas de amor bajo la luna, ohhh
saciar esta locura
mojado en ti

Para tocar mi nariz en tu pecera
y hacer burbujas de amor por dondequiera, ohhh
pasar la noche en vela
mojado en ti

Un pez para bordar de cayenas tu cintura
y hacer siluetas de amor bajo la luna, ohhh
vaciar esta locura
mojado en ti

10/10/2006

Todd Essick


O trabalho deste fotógrafo é absolutamente assombroso. Nunca vi um tal domínio da técnica fotográfica associado à interacção do modelo com os animais. Preto-e-brancos luminosos cruzam-se com poses impensáveis (veja-se a foto do manatim, por exemplo) num brilhantismo que me fez vir aqui deixar o registo.






...e as modelos são giras, também.

9/16/2006

Seek revenge


Uma estranha forma de fazer publicidade. Hesitei em colocar a imagem aqui, até porque não se vê nenhum peixe. Mas tem elementos interessantes, desde o jogo com o mito dos tubarões devoradores de pessoas (ia escrever "homens"...) até ao nome do restaurante, passando pela idéia de nos podermos vingar da maldade de um animal.

9/11/2006

A união faz a força

Um desenho pleno de simbolismo, de Ken Sprague.



O interessante é que eu já vi uma cena exactamente igual a estas, num mergulho junto ao Castelete, nas Lajes do Pico. De repente vimo-nos rodeados de um enorme cardume de chicharros, que escureceram o sol. A razão para esta bola de peixe ter procurado refúgio na nossa presença? Um grupo de bicudas, que os rodeavam ameaçadoramente.

Ora já toda a gente viu o efeito de reacção de um cardume quando é atacado por um predador: os animais aproximam-se e começam a nadar em círculos, formando uma bola. Se os predadores investem, o cardume abre um espaço, os animais movendo-se como moléculas num líquido, a coordenação dos movimentos sincronizada pelas vibrações dos animais em redor. Para quem não viu, Charles Mahwell tem as imagens perfeitas.

O que não vi ainda documentado em lado nenhum foi o inverso: "dedos" de peixes sairem do cardume em direcção às bicudas, que recuavam. Sim, leram bem: da bola de peixes pequenos e amedrontados saía um prolongamento que se dirigia ameaçadoramente em direcção de um dos predadores, quando eles se aproximavam. Era um movimento rápido, os pequenos animais diluindo-se logo a seguir na multidão.

Mas eu fiquei a pensar, desde esse dia: na frente desse prolongamento ia um único animal. Os outros até possivelmente seguiam o instinto de cardume. Mas não o da frente, que avançava claramente para o que podia ser a morte certa. Seria um peixe qualquer? Ou seria que afinal, num cardume de peixes todos iguais, há peixes mais iguais que outros?

9/10/2006

O poder das palavras


Diz-se que uma imagem vale mais de mil palavras. Isso é verdade neste caso, mas a imagem só faz sentido (ou só se percebe o sentido que se quer dar à imagem) em função de uma palavra, que tem que ser nela integrada. Não será isto sempre assim? As imagens dizem muito mas, para haver transmissão de sentido, têm que vir acompanhadas de palavras. Senão ficamos no relativismo expresso por António Gedeão:

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.

Alice na cidade das maravilhas








Com argumento e desenhos de Luís Louro (v. entradas sobre o autor na ASA e na Lambiek), este álbum de 1995 tinha que figurar na minha colecção, uma vez que a fauna e um outro fetiche meu criam sinergias... interessantes.

A protagonista sonha que voa numa Lisboa debaixo de água nas costas de uma gaivota, no meio de cardumes de peixes que passam por baixo do arco da Rua Augusta, de uma baleia que sobrevoa o Rossio e de uma jamanta que atravessa a Praça do Comércio. Uma idéia que surpreende e que compensa alguma pobreza do bem-intencionado argumento.

O álbum pode ser adquirido online no site da ASA.

7/27/2006

E agora?

Obrigado à LN pela dica e pela simpática referência.

1/05/2006

Gaspar Frutuoso


Santas “férias”: consegui um bocadinho para re-ler Gaspar Frutuoso. Foi uma leitura muito focada em procurar as descrições das lagoas de São Miguel, mas mais uma vez me impressionou pela forma vívida como nos faz recuar quinhentos anos, a um tempo em que se apanhavam pombos torcazes à mão, ou se caçavam porcos nos matos de Ponta Delgada.

A minha perquisa foi recompensada. Fui à procura de referências a peixes de água doce... e encontrei-as!

Mas antes um pouco de história. A primeira referência que conheço a peixes de água doce nas lagoas é dos irmãos Bullar (1841, A winter in the Azores and a summer at the baths of Furnas) que viram “peixes vermelhos” nas Furnas. Já existiriam esses animais nas lagoas antes do povoamento?

No capítulo XLIX do segundo volume do Livro Quarto das Saudades da Terra, Frutuoso descreve a zona das Furnas, “a que alguns chamam boca do inferno”. Muito impressionado com os fenómenos vulcânicos, as referências que faz à lagoa são escassas, mas no final do capítulo deixa a seguinte pérola:

“anda nela [na Alagoa Grande] diversidade de aves em grande número, como são adens, mergulhões, maçaricos, galeirões, patas bravas e outras espécies delas; podia-se criar ali infinidade de peixes de água doce, se houvesse curiosidade para os trazer a ela, de fora.”

O que quererá Frutuoso dizer com "de fora"? Esta expressão pode referir-se a outras lagoas nos Açores, mas não encontrei mais nenhuma referência a peixes dulçaquícolas nas Saudades da Terra. A interpretação que considero mais lógica é que Frutuoso se refere ao continente, como em "de fora dos Açores". Isto significaria uma confirmação de que os peixes de água doce não existiam nos Açores no final do séc. XVI.

A forma como os peixes vermelhos (prov. Carassius auratus) chegaram à lagoa das Furnas, a ponto de lá existirem em abundância no início do séc. XIX, constitui também um problema interessante. Nunca me convenceu a hipótese de António S. Vicente (Introdução de peixes de água doce nas lagoas de S. Miguel. Açoreana , 1956, 5 (3): 297-305) de esses animais terem sido introduzidos naturalmente, através de ovos transportados por aves de arribação. Encontrar-se-á algum dia um documento que esclareça esta questão?